Sob aplausos e vaias, Corregedoria aprova relatório que pede cassação de Cristofaro

Sob aplausos e vaias, Corregedoria aprova relatório que pede cassação de Cristofaro

Gente, o relatório que pede para cassar o mandato do vereador Camilo Cristofaro (Avante) foi aprovado nesta quinta-feira (24) pela Corregedoria da Câmara Municipal de SP. Foram cinco votos a favor e uma abstenção. Cristofaro faltou à sessão.
Com isso, o processo que acusa o vereador de falta de decoro parlamentar, por fala considerada racista, seguirá para votação no plenário da Câmara. Serão necessários 37 votos (dos 55 vereadores) para que Cristofaro perca o mandato.
Conforme norma processual, a resolução de cassação será elaborada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) para garantia de observação constitucional. A comissão terá três dias para fazer o seu trabalho a partir do momento em que receber o relatório, das mãos do presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil). Isso feito, o plenário da Câmara poderá apreciar formalmente o pedido.
A expectativa é de que o plenário vote o processo até a primeira semana de setembro. No dia da votação, Cristofaro terá o direito e a oportunidade de se defender.
Votaram nesta quinta pela perda de mandato de Cristofaro os seguintes vereadores-corregedores: Alessandro Guedes (PT), Aurélio Nomura (PSDB), Danilo do Posto de Saúde (Podemos), Marlon Luz (MDB) e Silvia Ferraro (Psol).
Sansão Pereira (Republicanos) se absteve por considerar a cassação uma pena muito dura, mas repudiou condutas racistas. “Sou contra o racismo. Sou contra frases racistas. Sou favorável a uma penalidade, mas não a cassação.”
Os trabalhos desta quinta foram marcados pela oposição, na plateia, entre um grupo pró-Cristofaro (em grande parte de funcionários do gabinete do vereador) e um pró-cassação (em grande parte de ativistas de direitos humanos).
De um lado, brados de “Fora, racista!”; de outro, gritos de “Camilo! Camilo! Camilo!” e “Oportunista!”.
A fala considerada racista foi proferida por Cristofaro durante sessão virtual da Câmara, em 3 de maio de 2022: “Lavaram e não lavaram a calçada, isso é coisa de preto, né?”.
O relatório aprovado, elaborado por Marlon Luz, viu motivo grave o suficiente para pedir a perda do mandato, considerando “evidente quebra de decoro”, visto que atinge pessoas negras na sociedade em geral.

 

Foto: Divulgação